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Mioma uterino

Mioma uterino: tipos, causas e tratamentos

Miomas são nódulos uterinos benignos que acometem mulheres durante sua vida reprodutiva, ou seja, enquanto menstruam e estão em idade fértil

Os miomas são também conhecidos como fibromas ou leiomiomas e afetam cerca de 50% das mulheres. Segundo o Ministério da Saúde estima-se que dois milhões de mulheres no Brasil são diagnosticadas com miomas. Apesar de ser um problema comum, muitas mulheres costumam ter poucos sintomas, e se não acompanhadas, podem evoluir para a perda do útero. Os miomas são a principal causa de histerectomia (cirurgia de retirada de útero), em número de cerca de trezentas mil mulheres ao ano.

Os miomas no útero podem ter como causa e fatores de crescimento a genética, e a ação dos hormônios, especialmente do estrogênio e da progesterona, hormônios esses produzidos pelos próprios ovários, antes da menopausa.

Os miomas podem ter tamanhos variados, que vão de poucos milímetros a tamanhos maiores, que podem até mesmo causar deformidades ao útero. A localização dos miomas também pode variar, e está relacionado com a intensidade dos sintomas.

A velocidade de crescimento dos miomas uterinos também varia, podem crescer lentamente ou com maior velocidade. Os miomas que apresentam crescimento rápido exigem maior alerta pois podem estar mais comumente associados a sarcoma (tumor maligno) do útero, principalmente em mulheres após os 40 anos de idade.

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Tipos de miomas

Os miomas são classificados de acordo com a posição que ocupam com relação a parede uterina.

Mioma Subseroso: é o mioma que se encontra predominantemente na parte de fora da parede do útero, é o tipo que menos causa sintomas relacionadas a menstruação excessiva.

Mioma Intramural: nesse caso o mioma está localizado dentro da parede do útero.

Mioma Submucoso: esse tipo de mioma se desenvolve na cavidade interna do útero (cavidade endometrial), e por esse mesmo motivo é o tipo que causa mais menstruação excessiva, mesmo o mioma tendo dimensões pequenas.

Quais são os sintomas do mioma no útero?

O mioma uterino muitas vezes é assintomático, embora algumas mulheres possam ter alguns sintomas como:

  • Sangramento menstrual intenso, tanto em duração quanto em fluxo;

  • Cólicas menstruais e dores pélvicas fora do ciclo;

  • Dores lombares;

  • Aumento da frequência urinária;

  • Constipação intestinal.

Como saber se tenho um mioma uterino? Como é feito o diagnóstico de mioma?

A detecção do mioma é feita pela avaliação dos sinais e sintomas em consulta ginecológica de rotina por meio de exames ginecológicos, e confirmados por exames de imagem, como a ultrassonografia e/ou ressonância magnética.

O exame de ressonância magnética é muitas vezes útil e solicitado pelo ginecologista para mapear melhor a localização dos miomas, para diferenciar melhor dos casos suspeitos de sarcoma (tumor maligno do útero), e para maior segurança e programação cirúrgica quando indicado.

A histeroscopia é o melhor procedimento para se diagnosticar e tratar os casos de miomas submucosos, pois muitos miomas submucosos podem ser confundidos com pólipos uterinos e vice – versa.
 

Posso engravidar se tiver um mioma?

Sim, é possível engravidar tendo um mioma. Mas é possível que os miomas dificultem a fertilização ou aumentem o risco de aborto do feto.

O mioma também pode aumentar o risco do aparecimento de outras complicações relacionadas à gravidez, como o descolamento de placenta, implantação anormal da placenta, restrição do crescimento fetal e parto prematuro.

É possível prevenir o mioma?

Como a causa direta do mioma é desconhecida, não podemos falar em prevenção eficaz. Adotar hábitos de vida saudáveis, que fortaleçam o sistema imunológico dentro do conceito integrativo de saúde neuroendócrina (veja a página sobre ginecologia integrativa), respeitar os pilares da saúde, e fazer acompanhamento de saúde periódicos podem reduzir os riscos.
 

Existem fatores de predisposição ao desenvolvimento de miomas?

Sim, alguns fatores podem contribuir com o aumento do risco para o desenvolvimento dos miomas:

  • Genética familiar;

  • Menstruação precoce;

  • Obesidade;

  • Deficiência de vitamina D;

  • Dieta com pouco valor nutricional e muito calórica;

  • Consumo regular de álcool;

  • Menor número de gestações.

É possível viver bem com um mioma?

Existem miomas assintomáticos e de tamanho não muito expressivo, que podem ser monitorados periodicamente sem a indicação primária de uma cirurgia.

Porém, é importante fazer o acompanhamento de perto, para evitar que o mioma cresça em proporções que possam tornar o quadro irreversível.

Quais os tratamentos para miomas?

O tratamento pode ser medicamentoso, que controle apenas os sintomas, geralmente relacionados ao aumento das cólicas menstruais, e do fluxo menstrual excessivo.

O tratamento definitivo é o cirúrgico, que pode ser para a retirada dos miomas, ou a histerectomia (retirada do útero), quando do desejo da paciente.

Geralmente os miomas estabilizam ou podem regredir parcialmente em tamanho após a menopausa.

Mioma pode virar câncer?

De maneira geral, não. É muito rara a evolução dos miomas para a malignidade.

O importante é o médico suspeitar das situações em que o câncer de útero (sarcoma) possa estar associado ao quadro de miomas, como idade maior que 40 anos, e crescimento acelerado.

A presença de miomas também não aumenta o risco de uma pessoa desenvolver o câncer, embora possam causar outras complicações como:

  • Sangramento uterino;

  • Anemia;

  • Fraqueza e fadiga;

  • Distensão do abdômen;

  • Dificuldade para engravidar;

  • Risco de abortamento aumentado;

  • Perda do útero.

Como é a cirurgia para a remoção do mioma?

A miomectomia (retirada de miomas) pode ser realizada por cirurgia convencional (laparotomia – cirurgia com incisão no abdômen semelhante a cicatriz de cesárea), ou por método de cirurgia minimamente invasiva, a videolaparoscopia, que garante a remoção do mioma com menor tamanho de cicatriz.

A cirurgia para retirada do mioma é indicada quando:

  • os sintomas são bastante acentuados

  • quando existe falha no tratamento medicamentoso

  • quando existe crescimento acelerado do tamanho dos miomas, que apresente risco de evoluir para necessidade de histerectomia ou suspeita de câncer (sarcoma de útero)

  • quando a mulher tem planos futuros de engravidar

  • quando o mioma é submucoso devido ao risco aumentado de hemorragia uterina grave e infertilidade

No caso do mioma submucoso, a melhor opção para sua remoção é a cirurgia por histeroscopia, que acessa diretamente o mioma, na cavidade uterina.

O mapeamento adequado pré operatório dos miomas, bem como o alinhamento da expectativa de quantos e quais miomas serão retirados, dos riscos cirúrgicos, ou até mesmo da histerectomia quando for uma opção, devem ser esclarecidos com todas as mulheres que procuram o tratamento cirúrgico.

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O profissional especialista em miomas, deve saber esclarecer todos os aspectos acima apresentados, bem como respeitar cada mulher com sua individualidade e autonomia com relação à decisão em cada etapa do tratamento.

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